Os representantes do Sindiquinze participaram hoje, dia 5 de novembro, do primeiro dia do Encontro Nacional do Coletivo Jurídico (Colejur) da Fenajufe, em Brasília, que começou com a análise do cenário atual frente ao desenho político trazido pelo resultado das eleições de 2018. O Presidente do Sindiquinze e Coordenador-Geral da Fenajufe, Zé Aristéia, diretora Rosa Maria Costa Delfino, a advogada Tais Nunes Soares Paulo e o assessor parlamentar Alexandre Marques estão no encontro, realizado no San Marco Hotel, em Brasília.
O primeiro painel tratou do que esperar de um Congresso Nacional mais conservador e do Planalto sob o comando de Jair Bolsonaro (PSL). A certeza é de acirramento das dificuldades na defesa dos direitos dos trabalhadores e de manutenção das liberdades civis, principalmente no que se refere ao direito de manifestação.
A análise de conjuntura ficou a cargo de Cezar Britto, também da Assessoria Jurídica Nacional (AJN) da Fenajufe. Na avaliação do palestrante, há uma preocupação legítima com o exercício das liberdades civis no País, no entanto, é preciso que se tenha clareza no entendimento de que as instituições podem funcionar e restabelecer o equilíbrio. Mas o risco de cerceamento está presente e em curso, contraposto por um movimento de resistência também em curso, que passa ainda pelo Judiciário.
Cezar Britto avaliou ainda que a atuação dos advogados nesse processo de resistência será de extrema importância, ao lado das categorias organizadas. Mas alertou que, ante o quadro desenhado com a eleição de 2018, o combate passou a ser, declaradamente, aos direitos do trabalhador, o que põe o sindicalismo como alvo direto do poder estabelecido. Britto mais uma vez destacou o ataque sobre a Justiça Trabalho que deverá ser acirrado não pela estrutura que a JT tem, mas pelo que ela representa enquanto guardiã das garantias e direitos da classe trabalhadora.
Abertas as intervenções, o debate foi estabelecido trazendo inclusive posições em defesa do governo que se inicia em janeiro. Pontos como as políticas de governo anunciadas por integrantes da equipe do governo Bolsonaro foram levantados para exemplificar os ataques que serão postos. Mas houve também aqueles que rebatessem essas posições. Das discussões restou uma certeza: o encontro nacional do Colejur se consolida também, como um espaço de resistência na defesa dos direitos, não só da população como um todo, mas especificamente dos servidores públicos.
Neste primeiro dia, 14 sindicatos da base enviaram representantes. Nos dois dias do encontro, que está em sua 23ª edição, são aguardados cerca de 70 participantes.
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