O Sindiquinze participou hoje, dia 5 de fevereiro, do Ato Nacional em Defesa da Justiça do Trabalho e dos Direitos Sociais, que lotou o auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, em Brasília. O Presidente do Sindiquinze e Coordenador-Geral da Fenajufe, Zé Aristéia, discursou no evento, que contou com Ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST), membros da Magistratura, Ministério Público do Trabalho, advogados trabalhistas, deputados federais e representantes de mais de 30 sindicatos.
Além de Zé Aristéia, representaram as entidades organizadoras do ato o Presidente da Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra), Guilherme Guimarães Feliciano, o Presidente da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT), Ângelo Fabiano Faria da Costa, a Presidente da Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas (Abrat), Alessandra Camarano, e o Vice-Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Luiz Viana Queiroz.
Em sua fala, o Coordenador-Geral da Fenajufe, entidade que representa 120 mil trabalhadores do judiciário federal e MPU, sendo 40 mil servidores da Justiça do Trabalho, repudiou a declaração do presidente da República, Jair Bolsonaro, que declarou que “em havendo clima poderia ter uma iniciativa de extinguir a JT”. “Nosso trabalho, em todo o País, é para que não haja clima para isso seja pautado no parlamento, com uma emenda ou algo concreto que tenhamos que enfrentar. Temos clareza na Fenajufe, que o que está por trás desse discurso é o ataque ao conjunto dos direitos dos trabalhadores. A Fenajufe e seus sindicatos vão se incorporar à luta geral da classe trabalhadora contra a EC 95, que está causando retrocessos no serviço público. Assistimos diariamente dentro do Poder Judiciário o processo de corte orçamentário, a não reposição da força de trabalho, que levará ao sucateamento do serviço público. Se está ocorrendo no Judiciário, está ocorrendo na Saúde, na Segurança. Por isso, a nossa luta não é corporativa, é uma luta em defesa dos direitos sociais. Vida longa à Justiça do Trabalho”, afirmou Zé Aristéia.
Já o juiz Guilherme Feliciano afirmou que o ato culmina o ciclo de manifestações públicas feitas em vários pontos do país, com falas e esclarecimentos à população diante da declaração polêmica do Presidente Bolsonaro, que foi desmentida pelo presidente do TST. “Os ataques não começam e não terminam com a referida fala. Foi um indício emblemático, pois foi a fala de um supremo mandatário. Se junta a outras falas, com dados incorretos, que não correspondem à realidade. Estamos aqui dizendo um retumbante não contra o fim desta reserva civilizatória que é a Justiça do Trabalho”, ressaltou o Presidente da Anamatra.
O Vice-Procurador-Geral do Ministério Público do Trabalho, Luiz Eduardo Guimarães Bojart, afirmou que “vivemos em um mundo de mentiras”. “Falam mentiras sobre a origem, sobre a essência da Justiça do Trabalho e MPT. Quem trabalha nesses órgãos sabe que é mentira. Nunca esteve envolta entre a esquerda ou direita. Não somos instituições politizadas, somos jurídicas, estamos a serviço da lei, do direito”, defendeu ele.
Mais de 15 deputados participaram do ato, entre eles, Ivan Valente (Psol-SP) e Daniel Almeida (PCdoB-BA). “Estamos em um País que tem trabalho escravo, trabalho infantil e em que a maioria ganha salário mínimo. Não podemos admitir retrocesso civilizatório. Depois de uma reforma trabalhista, ainda temos uma carteira verde-amarela para acabar com o que restou dos direitos dos trabalhadores. Defender a Justiça do Trabalho é defender segurança jurídica. O Brasil tem tradição em não valorizar o trabalho. Muita ousadia a extinção do Ministério do Trabalho e temos que repudiar. A palavra de ordem do momento é resistência, resistência para passar a ofensiva para garantir direitos, paz social, para construir um Brasil mais justo”, disse o deputado paulista. Para Daniel, a onda de retrocesso tem um foco, que é ferir a democracia e aprofundar a desigualdade social. “A Justiça do Trabalho é um dos instrumentos para diminuir essa desigualdade, julgando conflitos entre capital e trabalho”.
Foto: Valcir Araújo
Foto: Valcir Araújo
Atos em Ribeirão Preto e São Carlos
O Diretor do Sindiquinze, Marcelo Amorim, foi um dos organizadores do ato em Defesa da Justiça do Trabalho e dos Direitos Sociais, em frente ao Fórum Trabalhista de Ribeirão Preto, realizado na tarde de hoje. O ato contou com a participação de entidades associativas e sindicais de magistrados, procuradores, servidores, operadores do direito e da sociedade civil.
Representantes de mais de 15 entidades participaram na manhã de hoje, em São Carlos, do ato em Defesa da Justiça do Trabalho e dos Direitos Sociais, em frente ao Fórum Trabalhista. O Tesoureiro do Sindiquinze, João Paulo Zambom, foi um dos organizadores do ato. No período da tarde ele participou da tribuna livre na Câmara Municipal de São Carlos para falar sobre a manifestação e também concedeu entrevistas para duas rádios daquela cidade.
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