O jornal Folha de S. Paulo desta quinta-feira (27) publicou artigo assinado pelo jornalista Ruy Castro em que chama os Oficiais de Justiça de “palermas” e “sonâmbulos”.
No texto intitulado “Esconde-esconde com a lei”, o colunista supõe que os Oficiais de Justiça sejam treinados para “farejar pistas”, bem como cita que “um estagiário em suas horas vagas na faculdade” daria conta de localizar Marcelinho Carioca e Eduardo Bolsonaro para a “entrega” das intimações.
Cumpre esclarecer que os Oficiais de Justiça são servidores dotados de fé pública que, com conhecimento técnico e muito estudo, foram aprovados em concursos com alto grau de dificuldade e disputa entre candidatos.
A função primordial dessa categoria é cumprir as ordens judiciais expedidas pelos magistrados, fazendo valer a Justiça em favor da sociedade como um todo. Ao contrário do texto divulgado pelo jornal, os Oficiais não são treinados para farejar, tampouco para fazer investigações. Como servidores preparados para a função, busca-se o reconhecimento dos Oficiais de Justiça como Agentes de Inteligência Processual, título já instituído pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho por meio do Ato nº 15/2024, diante do alto grau de complexidade que envolve a atuação diária nas ruas de todo o Brasil.
Enquanto representante dos servidores do TRT da 15ª Região e integrado na luta de todos os servidores do Poder Judiciário e da classe trabalhadora, o Sindiquinze vê a publicação como um desserviço à população, que leva o leitor a crer que os servidores podem ser enganados ou trapaceados. É inadmissível que um veículo de imprensa nacional, cujo papel principal é repassar informações fatídicas e isentas de opinião, utilize-se de tal desrespeito com servidores públicos e com o próprio Poder Judiciário.
As expressões publicadas demonstram o claro desconhecimento que não apenas a mídia, mas grande parte da população, possui em relação ao trabalho desempenhado por servidores públicos.
Os Oficiais de Justiça estão diariamente nas ruas, de domingo a domingo, nos finais de semana e feriados, sob diversos tipos de risco, comprovados pelos levantamentos promovidos por entidades representativas do segmento.
Publicações como a do jornalista Ruy Castro desvalorizam a luta de toda uma classe trabalhadora e denigrem a imagem daqueles que se dedicam, inclusive, a garantir serviços de primeira necessidade para o cidadão.
Como todo bom e sério jornalista, é fundamental a realização de pesquisas e entrevistas para o pleno conhecimento a respeito do que se escreve, método nitidamente não utilizado no artigo.
O Sindiquinze se junta às demais entidades representativas nacionais e manifesta o repúdio ao desrespeito com que os Oficiais de Justiça foram citados no texto e requerer a imediata retratação da Folha de S. Paulo e o direito de resposta das representações dos Oficiais de Justiça para o fato.
Não bastasse a divulgação na imprensa nacional, o artigo desinformado foi publicado também pela Academia Brasileira de Letas (ABL), o que torna surpreendente tal conduta pela renomada instituição composta por pessoas do mais alto grau de cultura e conhecimento.
O Sindiquinze não aceita nenhum ataque aos servidores públicos!
Por Caroline P. Colombo
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