O Sindiquinze participou, no último sábado (19) e domingo (20), do II Encontro de Pretas e Pretos da Fenajufe. Ocorrido em formato híbrido, o sindicato acompanhou os debates virtualmente através do associado Cleilson Damasceno de Oliveira.
Durante a abertura do sábado, evidenciou-se a necessidade urgente de combate ao racismo nas organizações, nas instâncias do Poder Judiciário e MPU e, principalmente, na sociedade como um todo.
As (os) dirigentes ressaltaram a importância do debate racial na categoria como forma de incentivar a construção de ações efetivas de eliminação das discriminações, preconceito e outras formas de opressões nos sindicatos de base, que visem o enfrentamento para além das instituições do PJU e MPU.
A parte da manhã foi dedicada às discussões do Regimento Interno, o que efetivou a criação do Coletivo Nacional de Pretas e Pretos do PJU e MPU da Fenajufe.
Segundo a Federação, a criação do Coletivo é um feito histórico para o segmento e representa mais uma grande vitória da atual gestão. O Coletivo é uma demanda do último Congresso da categoria (11º Congrejufe), realizado em 2022.
À tarde, os participantes acompanharam o painel “A importância do Associativismo no cenário antirracista do Judiciário brasileiro”, com o juiz Fábio Esteves do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) e Rosana Fernandes (Solidarity Center)
Dr. Fábio discorreu sobre as dificuldades de chegar aonde chegou e da solidão enfrentada dentro do exercício da carreira provocada pela questão da cor e raça, acentuada principalmente por ter performado como uma pessoa branca. Segundo ele, “os estereótipos performam a vida das pessoas e prescrevem onde as pessoas devem estar”. “Minha competência é questionada cotidianamente não por causa de currículo e sim por este corpo estar num lugar estranho ou esse lugar (magistratura) ainda estranhar esse corpo”.
Com um discurso antirracista contundente, Rosana Fernandes afirmou que o associativismo é um conjunto de organizações que lutam por uma sociedade diferente e “pensando numa sociedade diferente é pensar, economicamente, socialmente e politicamente o sistema capitalista.
A militante reforçou que “o capitalismo é hegemônico no mundo todo, extremamente excludente e determinante. “É ele quem determina, na nossa sociedade, quem vai ter voz e direitos, quem serão as pessoas que terão oportunidades e que exclui a população negra em especial”.
O primeiro dia do II Encontro de Pretas e Pretos foi finalizado com o professor Leonardo Santiago, autor do livro “Fundamentos das Ações Afirmativas – Uma questão de liberdade de validade”, que comandou o painel Ações afirmativas no Judiciário”
Ações da Fenajufe no combate ao racismo e outros tipos de preconceito
Os debates da manhã de domingo (20) tiveram como foco a “Organização de luta Antirracista na Fenajufe e suas Perspectivas futuras”. A assessora técnica Vera Miranda e Alexandre Marques, assessor institucional da entidade nacional, protagonizaram o tema.
Através de um histórico da luta da Federação sobre as questões de raça no Poder Judiciário, Alexandre Marques lembrou que a discussão não é nova. Ele citou a realização do primeiro “Seminário Nacional de Combate ao Racismo e Identidade Negra do PJU e MPU”, realizado pela Fenajufe em 2013, quando se discutiu a criação do Coletivo Nacional, instituído no sábado (19), onze anos depois.
O assessor elencou a diversidade de pautas sociais defendidas pela Federação como o da Pessoa com Deficiência, (PCD), de gênero, LGBTQIA+ reforçando a relevância que isso traz para a sociedade. Ele reconhece que a luta sindical por benefícios, melhores salários é importante e necessário, mas “Sindicatos do século XXI tem que olhar para outras pautas, olhar para a pauta humana”.
Vera Miranda ponderou que existia muita dificuldade para trazer as discussões da política racial e de gênero na entidade. De acordo com ela, geralmente era mais latente o debate durante os Congressos e Plenárias. Ela reconhece os avanços, mas concorda que ainda existe muito a ser feito.
A assessora reforçou a necessidade de estudar o diagnóstico do perfil racial dentro do Poder Judiciário. “Precisamos entender este “Pacto Nacional do Judiciário pela Equidade Racial” para atuar dentro dos comitês, dentro do CNJ e dos tribunais para que, de fato, haja uma política de promoção de igualdade sendo construída, porque a gente tem avançado com muita dificuldade”.
Na avaliação de Cleilson, o II Encontro de Pretos e Pretas “foi fantástico, recheado de discursos que relembraram momentos históricos de sofrimento, de lutas e conquistas! Conseguimos colocar em pauta temas e reivindicações que assegurem a maior participação dos pretos e pretas dentro do Judiciário Federal! Como, por exemplo, uma fiscalização sobre a distribuição de cargos comissionados que garanta a participação em setores importantes do PJU e MPU”, finaliza.
Por Caroline P. Colombo com informações e foto da Fenajufe
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