Sindiquinze participa do Encontro Nacional de Saúde da Fenajufe

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O Sindiquinze, representado pela diretora Maria Martha de Lima dos Santos e pelo diretor Fauzi El Kadri Filho, participou, neste sábado (22) e domingo (23), do Encontro Nacional de Saúde promovido pela Fenajufe.

Realizado em formato híbrido, o evento contou com a participação de 21 sindicatos de base, reunindo representantes dos setores de carreira e saúde dos servidores do Poder Judiciário Federal e MPU.

Durante o Encontro do Coletivo de Saúde da Federação, representantes e especialistas debateram os desafios que afetam a saúde e a qualidade de vida dos servidores. Na abertura, foram apresentados informes regionais e analisados os Atos nº 16, 17 e 18 do CSJT, que restringem o auxílio-saúde dos trabalhadores da Justiça do Trabalho. Em resposta, a Fenajufe protocolou um Procedimento de Controle Administrativo, pedindo a suspensão dos efeitos desses atos por 30 dias, até decisão final.

A assessora técnica Vera Miranda, apoiada em um estudo da UnB, denunciou que a “modernização conservadora” das tecnologias administrativas tem intensificado a sobrecarga dos servidores, com redução de quadros, metas inatingíveis e aumento do estresse. Ela defendeu a criação de uma política pública de qualidade de vida no trabalho, com a participação dos Três Poderes, para evitar que salários maiores sejam consumidos em despesas com saúde.

O encontro também abordou a crise da saúde mental no serviço público. A professora Ana Magnólia e o médico Pedro Tourinho alertaram que discursos autoritários, violência no ambiente de trabalho e a pressão por resultados têm levado a elevados índices de adoecimento psíquico e afastamentos. Paralelamente, o psicólogo Arthur Lobato destacou os efeitos do assédio moral e do “neotoyotismo” – modelo de gestão que prioriza a produtividade em detrimento dos direitos dos trabalhadores –, que têm ampliado casos de depressão, ansiedade e burnout. A analista judiciária Karla Valle acrescentou que o uso intensivo da tecnologia pode gerar “telepressão”, prejudicando a saúde dos servidores ao invadir seu tempo de descanso.

No domingo, último dia do evento, a servidora Mara Weber criticou o modelo produtivista adotado pelo serviço público, ressaltando que a implementação de novas tecnologias, sem o diálogo com entidades representativas, desvaloriza o trabalho e agrava o adoecimento dos servidores. Ela apontou que uma gestão coletivista, comprovada por pesquisa conjunta da Fenajufe e da UnB em 2018/2019, pode resultar em metas mais realistas, menor estresse e maior produtividade.

Para a diretora Martha, o Encontro Nacional reafirmou o que a maioria já sabe: os servidores do Judiciário Federal se encontram doentes, seja pelo excesso de trabalho, pela falta de recomposição do quadro e, principalmente, pela quantidade de casos de assédio moral. “Nós, sindicatos, juntamente com a Fenajufe, precisamos atuar de maneira que sejamos um meio de escuta confiável para esses que sofrem com o assédio, para que eles não se calem”, enfatiza.

A dirigente lembra que o Sindiquinze já propôs a criação de um Núcleo de Saúde, sem sucesso. “Porém, estamos com novos servidores da saúde e vamos nos reunir para propor novamente esta importante criação de um Núcleo da Saúde, para debater suas causas junto com os servidores e, principalmente, combater o assédio moral, que destrói vidas”.

O diretor Fauzi El Kadri Filho destaca o debate conjunto com os demais sindicatos sobre a redução do custeio da saúde, além da relação entre o assédio moral e sexual com o adoecimento mental. “É essencial que tenhamos maior atuação sobre as condições de trabalho dos servidores, e não apenas abordar tratamentos ou incentivar a realização de exames periódicos”, finaliza.

Por Caroline P. Colombo com informações e foto da Fenajufe

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