Em assembleia no dia 30 de abril, convocada pela Comissão Pró-Fundação do Sindicato dos Oficiais de Justiça Avaliadores Federais, a maioria dos servidores disse “não” à fundação de uma entidade própria. Foram 170 votos contrários à proposta – contra 51 a favor –, e isso sem contar os pelo menos 20 votos, que seriam dados por procuração, mas que não foram aceitos. E, apesar da grande diferença, a votação correu num clima bem democrático, sem embates acirrados, em evento realizado no Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF), no Centro do Rio. Semelhante consulta já havia sido realizada em 2017, quando o resultado foi o mesmo, porém com votação apertada.
Antes da votação, Mariana Liria, diretora do Núcleo de Oficiais de Justiça Avaliadores Federais (Nojaf) do Sisejufe, fez questão de destacar a importância do momento. “Vocês estão aqui para inaugurar uma nova era no oficialato federal do Rio de Janeiro. Hoje, estamos aqui para discutir o nosso formato de representação. Mas o divisor de águas, a partir desse momento, vai ser a participação, que, daqui para frente, vai ser cada vez maior”, discursou a dirigente, que, em seguida, conclamou a todos para se unir, numa mobilização pela valorização da carreira. E explicou o ponto de vista. “O governo que se apresenta para o funcionalismo público agora é um governo de ataque, de retirada de direitos. Nosso patrão é a União, nossa luta é em Brasília e se a gente partir para o isolamento, sem uma entidade forte para conduzir as nossas lutas, a gente não vai conseguir sobreviver.”
Pietro Valério, diretor jurídico da Associação dos Oficiais de Justiça Avaliadores Federais do rio de Janeiro (Assojaf), também ressaltou a importância da união e se posicionou contrário à criação de um sindicato próprio. “Quando não concordamos com a condução de uma entidade, não é com a sua destruição que vamos resolver. Trabalhamos, negociamos, reclamamos, mas, no final das contas, não podemos esquecer que somos colegas”, afirmou o dirigente.
Manobra de marcar para mesma data do Congrejufe não deu certo
Vale lembrar que a assembleia foi realizada na mesma data da votação do 10º Congrejufe – o congresso da Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União (Fenajufe) –, o que, em tese, impediria que oficiais eleitos delegados ou observadores participassem da assembleia que poderia mudar a forma de representação da categoria. A manobra, no entanto, não deu certo. Dos sete delegados e observadores que participaram do evento no interior de São Paulo, cinco vieram ao Rio e votaram e, em seguida, dois retornaram ao encontro da Fenajufe.
Mariana, uma das que fez Águas de Lindóia-Rio de Janeiro-Águas de Lindóia, comemorou o resultado antes do embarque de retorno. “Foi emocionante ver reunido um número tão grande de colegas das duas Justiças, ativos e aposentados, da capital e do interior, mobilizados por uma questão que inclusive não tem natureza remuneratória. Creio que tenha sido a maior reunião da nossa história. E nessa segunda assembleia, com uma votação tão expressiva, ficou patente que o oficialato se sente representado pelo sindicato. Nesse governo de ataque aos direitos dos trabalhadores, temos muitos desafios para o funcionalismo pu?blico e, principalmente, para o nosso segmento. Enta?o, e? importante que a gente ocupe espac?o nas entidades representativas”, afirmou.
Pietro falou do futuro. “O desafio agora é compor, formar base, é atrair as pessoas, cada um para a sua entidade. É muito mais agradável trazer as pessoas para conversar do que essa questão do embate”, concluiu.
O resultado foi anunciado em seguida em plenário no Congrejufe e recebido com grande entusiasmo pelos presentes, já que a Federação tem posição clara contra a fragmentação da categoria e deliberou pela não filiação de sindicatos por segmento.
Com informações do Sisejufe-RJ
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