Diretor do Sindiquinze publica artigo em que aponta a associação dos fatores psicossociais do trabalho e o sofrimento psíquico no TRT da 15ª Região

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O diretor do Sindiquinze, Fauzi El Kadri Filho, e o professor do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, Sérgio Roberto de Lucca, são os autores do artigo intitulado “Fatores Psicossociais e Transtornos Mentais Comuns no teletrabalho do judiciário trabalhista na pandemia de Covid-19”, publicado na edição de janeiro a março de 2024 da Revista Saúde em Debate, uma das principais publicações no campo da saúde coletiva do país.

O artigo, que é parte da tese de doutorado defendida por Fauzi em agosto de 2023, compõe uma série de sete artigos publicados em revistas nacionais e internacionais nos últimos anos sobre as condições de trabalho e saúde no TRT-15.

A publicação apresenta dados de uma pesquisa realizada entre os meses de agosto e outubro de 2021 com a participação de 934 servidores e 119 magistrados, que responderam questionários reconhecidos internacionalmente para avaliação dos fatores psicossociais do trabalho (demandas de trabalho, controle sobre o trabalho e suporte social no trabalho) e da prevalência de transtornos mentais comuns no âmbito do Regional.

Os resultados da pesquisa apontaram sofrimento psíquico de 37% entre todos os servidores participantes, sendo 68% entre aqueles em piores condições de trabalho quanto aos fatores psicossociais, ou seja, com elevada carga de trabalho, reduzida autonomia e baixo suporte social dos colegas e da chefia.

Enquanto 28% dos servidores referiram trabalhar sob extrema pressão, 30% referiram fazer hora extra para terminar as tarefas no prazo frequentemente ou sempre. Dois terços dos servidores da 15ª Região referiram ter sensação de nervosismo, tensão ou preocupação à época, enquanto 45% apontaram dificuldade para dormir e 40% referiram elevada sensação de tristeza. “Destacou-se ainda que 40% dos servidores que participaram da pesquisa apresentavam dificuldade para realizar com satisfação as atividades diárias”, indica a publicação.

Na conclusão, os autores afirmam que “independentemente da modalidade de trabalho, as elevadas cargas de trabalho e a baixa de autonomia para atender as metas do poder judiciário deveriam ser prioridades de sua gestão, tendo em vista que as condições que combinam carga de trabalho mais elevada com reduzido controle sobre o trabalho estão associadas a maiores prevalências de transtornos mentais comuns.

Para o diretor do Sindiquinze, a elaboração do estudo é fundamental para a compreensão de que não apenas as condições físicas de trabalho, como mobiliário e equipamentos, mas especialmente os fatores psicossociais do trabalho estão relacionados ao adoecimento entre os servidores do TRT-15 e de todo o Judiciário. “Ainda que a pesquisa tenha sido realizada durante a pandemia em condição de teletrabalho, sabemos que esta relação entre piores condições de trabalho e o adoecimento também é observada no trabalho presencial e que riscos psicossociais mais elevados estão intimamente ligados ao contexto em que há cobrança por metas inatingíveis diante de um quadro reduzido de servidores”, afirma.

Leia AQUI a íntegra do artigo

Campanha “Pausa no trabalho”

Desde o mês de abril, os servidores do TRT da 15ª Região têm sido surpreendidos com lembretes em suas telas para a realização de pausas durante a jornada de trabalho.

De acordo com divulgação realizada pelo e-mail institucional, a ação foi elaborada pelo Comitê de Gestão de Pessoas, em parceria com a equipe de Comunicação Institucional do Tribunal, e deve perdurar ao longo de todo o ano de 2024.

Além do lembrete para a realização de pausas e exercícios de alongamento durante o trabalho, os informativos oferecem conselhos e orientações sobre como preservar a qualidade de vida no ambiente laboral.

“É uma importante iniciativa do Comitê de Gestão de Pessoas do TRT sobre a importância de realizar pausas durante a jornada de trabalho dos servidores. Nossos estudos demonstram a relação entre a realização de pausas para descanso durante o expediente com melhores condições de saúde física e mental entre os servidores. No entanto, é preciso ter em mente que, além da orientação e dos lembretes, devem ser oferecidas condições concretas para que os servidores possam de fato realizar estas pausas e isto só possível com uma redução da carga de trabalho, o aumento da autonomia e suporte adequado da chefia. Não são raros os casos, especialmente em audiências, em que sequer há um intervalo para os servidores se alimentarem adequadamente ou mesmo irem ao banheiro”, finaliza o diretor Fauzi El Kadri Filho.

Por Caroline P. Colombo

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