A aproximação do Chefe de Executivo e o Centrão tem, a princípio, duas finalidades distintas: uma é se assegurar que os 14 pedidos de Impeachment não sejam analisados na Câmara e se forem, o Governo ter voto suficiente para manter o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no cargo, e a outra é assegurar votos para implementar a sua política econômica e de estado mínimo, e aprofundar seu ataque aos servidores públicos e seus direitos.
Desde da eleição em 2018, Bolsonaro e seus apoiadores diziam que em seu governo não teria o toma-lá-dá-cá, troca de cargos por apoio dos partidos para aprovar projetos, e que as indicações seriam técnicas, mas isso vem sendo mudado no decorrer do mandato, ou seja, Bolsonaro, que durante a eleição discursava que não faria a ‘velha política’, vem se alinhado justamente à ela para ter seus projetos aprovados.
Na ‘Reforma’ da Previdência, o Executivo liberou o pagamento de R$ 1 bilhão em emendas parlamentares, que segundo o então Líder do Governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), foi um agrado a deputados que iriam analisar a proposta de reforma.
O Governo de Bolsonaro trata o funcionalismo público como inimigo, conforme fala de Guedes na reunião ministerial, e vem desde do início apresentando projetos que retiram direitos. Congelou o salário dos servidores até 2021, e tem a promessa do envio da reforma administrativa, além das PECs 186, 187 e 189/2019 que tramitam no Senado Federal e o projeto que regulamenta a perda do cargo público por insuficiência de desempenho do servidor público estável.
Para aumentar sua base de apoio no Congresso Nacional Bolsonaro anunciou em sua página no Facebook que vai recriar o Ministério das Comunicações e nomear como titular da pasta o deputado federal Fábio Faria (PSD-RN), membro do Centrão e casado com a apresentadora Patrícia Abravanel, filha de Silvio Santos, dono do SBT.
E pode tudo no Governo para que a granada colocada no bolso do inimigo exploda e que seus crimes de incentivo ao fechamento do Supremo Tribunal Federal e a intervenção na Policia Federal fiquem impunes. Chegou a hora dos democratas defenderem o Estado Democrático de Direito, a independência dos Poderes, os direitos e a manutenção dos vencimentos dos servidores públicos.
Alexandre Marques
Assessor Parlamentar do Sindiquinze
236total visits,7visits today
Deixe um comentário