As coordenadoras-gerais da Fenajufe Sandra Dias e Lucena Pacheco representaram a Federação em uma série de atividades organizadas pela Federação Judiciária Argentina (FJA) durante o mês junho — incluindo o Encontro Nacional de Mulheres, Lésbicas, Travestis, Trans e Não Binários entre os dias 24 a 26 de junho.
No dia 23, em Buenos Aires, as diretoras participaram, juntamente com colegas da Associação de Funcionários Judiciais do Uruguai (AFJU), de reunião da Coordenadoria Judiciária do Cone Sul, organizada pelo secretário-geral da FJA, Matías Fachal, para tratar da unidade da coordenadoria no enfrentamento às políticas neoliberais que primam pela retirada de direitos dos trabalhadores e do uso do Estado em prol do Capital.
Hoje o Cone Sul é formado por Brasil, Uruguai e Argentina. A ideia é convidar outros países da América do Sul para participarem dessa luta.
Encontro de Mulheres
Já entre os dias 24 a 26, as coordenadoras participaram do XI Encontro Nacional de Mulheres, Lésbicas, Travestis, Trans e Não Binários da FJA. Além das diretoras da AFJU, participação de mais de oitenta companheiras das filiais de Santa Cruz, Chubut, Río Negro, Neuquén, província de Buenos Aires, CABA, Córdoba, Federais, Entre Ríos, Santiago del Estero e Tucumán.
Entre os temas tratados estão a democratização do Judiciário com ampliação do acesso da população ao sistema de Justiça, com uma proposta de reforma judicial feminista; negociação coletiva sob a perspectiva de gênero: uma avaliação a partir do reconhecimento da Organização Internacional do Trabalho (OIT) através do seu Comitê da Liberdade Sindical, do direito do judiciário de promover negociação coletiva (convenção 154); violência de gênero e abuso no Judiciário, a partir da análise da convenção 190 da OIT, que ainda não foi assinada pelo Brasil, mas que já está posta para debate.
Democratização do Judiciário
A coordenadora Lucena Pacheco, em sua fala de saudação no encontro, agradeceu o convite e reforçou a importância da participação da Fenajufe no evento para construir, na prática, uma política onde se defenda um projeto sindical que assuma a democratização (interna e externa) do Judiciário que construa instituições efetivamente democráticas que defendam os direitos e garantias da classe trabalhadora e dos povos.
“Vamos ao que nos une: precisamos resgatar a unidade entre as forças progressistas. E já estamos avançando em vários aspectos, mas, do ponto de vista histórico, a organização da família e do trabalho são baseados em modelos impostos pelo capital, relacionando-se a uma sociedade patriarcal e racista estabelecida no Brasil durante colonização”, disse a diretora.
Lucena lembrou que no 11º Congrejufe realizado este ano — a partir de uma construção histórica e tendo uma forte rede de apoio — as mulheres conseguiram alterar o estatuto da Fenajufe para garantir a paridade de gênero e, com isso, foram eleitas duas coordenadoras-gerais.
“Essa rede deve ter o papel de estabelecer um pacto onde as mulheres entendam que não podemos usar os mesmos instrumentos de opressão que os homens. E que precisamos ocupar os espaços de poder para garantir nossa escuta e precisamos não só de paridade quantitativa, mas também qualitativa, praticando uma política feminista”, disse.
”Ninguém para trás”
Por sua vez, a coordenadora Sandra Dias, que é Diretora Jurídica do Sindiquinze, também agradeceu o convite para participar do encontro e a forma calorosa e amorosa com que foram recebidas, além da oportunidade de conhecer o movimento sindical feminino na FJA. “E todo o empenho das mulheres na luta contra os problemas e a realidade tão parecida com a que nós brasileiras vivemos”, frisou.
“Acredito que nossa luta será mais forte e resistente quando todos os trabalhadores do judiciário enfrentarem confrontos e desafios unidos e determinados a não deixar ninguém para trás”, ressaltou Sandra.
A coordenadora destacou, ainda, a unidade em defesa da luta histórica das mulheres. “É apenas a retomada de um fortalecimento da aliança entre companheiras, irmãs latino-americanas, na construção de um projeto de melhores condições de trabalho e na ocupação de espaços políticos e centros de poder para superar definitivamente a predominância do patriarcado em lugares nosso, por direito. Até nos encontrarmos no Brasil”, pontua.
Por fim, no dia 27/06, as dirigentes se reuniram com o presidente da Confederação Latino-Americana e do Caribe de Trabalhadores do Estado (CLATE), Julio Fuentes. Participação também das coordenadoras da FJA e AFJU.
Durante o encontro, os líderes conversaram sobre o funcionamento e as deficiências do sistema judiciário nos diferentes países da América Latina e do Caribe, a situação das trabalhadoras e trabalhadores e foi feita uma análise da situação política e socioeconômica do continente. Os coordenadores também falaram a respeito que afetam todos os trabalhadores, como os efeitos da pandemia, o trabalho remoto e a deterioração das condições de trabalho e salarial.
As entidades participantes concordaram em continuar o diálogo para o planejamento de ações conjuntas no cenário regional.
Da Fenajufe
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