Além de fazer circular de forma não oficial um suposto reajuste linear de 5% a todos os servidores públicos federais a partir de julho, mostrando um desmedido caráter demagógico com objetivo de desmobilizar o funcionalismo, Bolsonaro voltou atrás na quinta-feira (19) e afirmou que não tem nada garantido. “[sobre o reajuste] tem uma sugestão, não tá batido o martelo, deixar bem claro, de 5%. Isso equivale a mais cortes nos ministérios de R$ 7 bilhões”, disse durante sua live semanal.
A fala do presidente segue a cartilha adotada desde o início do mandato, evidenciando o descaso do governo com a pauta dos servidores. Vale destacar que esse índice de 5% é completamente insuficiente para repor as perdas inflacionárias dos últimos anos. Somente na gestão Bolsonaro as perdas acumuladas ultrapassam 19,99%.
Desde o início do ano, quando servidoras e servidores iniciaram o processo de mobilização, paralisação e greve, após protocolar pauta de reivindicações no Ministério da Economia, não houve diálogo e nenhuma mesa de negociação foi posta. O governo nesse período recebeu os dirigentes em duas oportunidades, contudo, nas duas, deixou clara a indisposição em negociar.
Em seguida, a equipe econômica circulou, via imprensa, esse suposto reajuste de 5%. Até o momento, no entanto, houve apenas uma consulta do Ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, feita aos Poderes Judiciário e Legislativo sobre o interesse em ser contemplado na revisão geral das remunerações e subsídios da Administração Pública Federal — tendo como resposta manifestação positiva do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional.
A Fenajufe reforça que é imprescindível continuar e intensificar a mobilização em defesa da recomposição salarial em todas as frentes tendo em vista que, de fato, o que há no governo são informações desencontradas. Nesta terça-feira (24), a Federação participará de audiência pública na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP) da Câmara dos Deputados sobre o tema; já no dia 31/05, acontecerá um grande ato pela recomposição salarial no Auditório Nereu Ramos.
Para pressionar o governo, a Fenajufe convocou os Sindicatos de base para os atos que acontecerão na última semana de maio. Estão previstas atividades de pressão também no Conselho da Justiça Federal (CJF), em apoio aos Oficiais de Justiça Avaliadores Federais (OJAFs), que reivindicam a recomposição da indenização de transporte.
Cabe lembrar que, para efeito ainda em 2022, de acordo com o assessor econômico da Fenajufe Luiz Alberto dos Santos, o prazo a ser observado é 4 de julho, ou seja, 180 dias antes do fim do mandato do presidente – data limite para sanção da lei concessiva de qualquer tipo de reajuste.
Calendário:
24/5
11h:20 – Audiência Pública na CTASP – Comissão de Trabalho, Administração e Serviços Públicos da Câmara dos Deputados, às 11h20;
30/5
14h: Ato pela recomposição da indenização de transporte dos Oficiais de Justiça Avaliadores Federais – em frente ao CJF (local a confirmar);
31/5
09h: ato político no espaço do servidor com caminhada até o bloco P (Ministério da Economia);
14h: Grande ato pela recomposição salarial das servidoras e servidores públicos, no Auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados;
1/6
A Fenajufe orienta a permanência em Brasília para cumprimento de agenda no STF no período da manhã, entregando memoriais e materiais da Federação para cada Ministro e suas assessorais a respeito da campanha salarial; e à tarde, no parlamento, e/ou TCU, para encaminhar questões de interesses da categoria, priorizando os projetos do Senado de desjudicialização da execução, NS Já e quinquênios para todo funcionalismo público.
O Sindiquinze estará presente nas atividades chamadas pela Fenajufe através do presidente Ivan Bagini, da coordenadora da Federação Sandra Dias e das aposentadas Ana Bonardo e Cida Carleto.
Fonte: Fenajufe
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Vanderlei
Fiquei em dúvida! Não é o congresso quem tem o poder para aprovar nossos reajustes e sempre precisamos lutar muito para que isso aconteça?
Realmente nunca entendi porque não cobramos nosso direito constitucional de ter os vencimentos reajustado na data base. Agora, pela primeira vez, vemos um reajuste ser proposto pelo presidente e vamos ficar contra?
Aceitar este pequeno reajuste significa abrir mão do restante? ou podemos continuar lutando para o complemento?
Não seria mais coerente aceitarmos de bom grado o que está sendo oferecido e continuar a luta? Afinal, a economia estamos vendo depois e não está nada legal.
Me perdoem pelos questionamentos, mas eu estou com o voto praticamente decidido e gostaria de saber se estou sendo enganado. Para tanto, sempre procuro abrir o debate, ouvindo com respeito e atenção aos que pensam de forma divergente. Isso por pensar que todos temos o mesmo objetivo, que é ter um país mais justo para todos, independentemente de ideologia (esquerda ou direita).
grato
luiz a s monjelo
UMA VERGONHA PORQUE NÃO HA PROTESTOS. e pensar que nos governos do pt principalmente no governo dilma com rejustes assegurados nos anos de governo os sindicatos faziam um enorme estardalhaço!
Com esse governo do desmanche de serviços nada fazem